Unesp passa a emitir diploma digital de graduação

Mais seguro, novo sistema vai reduzir tempo de espera entre o pedido e a entrega dos diplomas para os formandos

Todos os cursos de graduação da Universidade Estadual Paulista (Unesp) passarão a emitir a partir desta sexta-feira, 23 de abril, diplomas digitais para os estudantes que concluírem suas graduações. O novo sistema vai reduzir o tempo de espera entre o pedido e a entrega dos diplomas para os formandos.

O diploma digital é aquele que tem existência, emissão e armazenamento inteiramente no meio digital e cuja validade jurídica é garantida mediante a assinatura com certificação digital e carimbo de tempo na Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), conforme os parâmetros do Padrão Brasileiro de Assinaturas Digitais (PBAD).

Entre as universidades estaduais brasileiras, a Unesp é uma das pioneiras na adoção de um sistema para emissão de diplomas em formato digital alinhado às diretrizes do Ministério da Educação (MEC), publicadas inicialmente em abril de 2018.

Autenticidade, integridade, confiabilidade

Tal alinhamento garante o atendimento aos princípios de autenticidade, integridade, confiabilidade, não-repúdio, irretratabilidade, disponibilidade, rastreabilidade e validade jurídica exigidos para a expedição e o registro de um diploma digital, além de permitir uma uniformidade com o sistema que obrigatoriamente passará a ser usado por todas as universidades federais brasileiras.

Como já ocorre na emissão de outros documentos públicos, tais como nas notas fiscais eletrônicas, os estudantes da Unesp receberão o diploma no formato XML (Extensible Markup Language) com uma Representação Visual do Diploma Digital (RVDD). Esta representação segue layout similar aos diplomas físicos atualmente emitidos pela Universidade e contém dois mecanismos que garantem que aquele documento é verdadeiro: um código de validação e um código de barras bidimensional, mais conhecido como QR Code (Quick Response Code).

De acordo com estudo realizado pelo servidor técnico-administrativo Vitor da Silva Palacios, que abordou a temática em questão na realização do Mestrado Profissional em Engenharia de Produção na Faculdade de Engenharia do câmpus de Guaratinguetá (consulte a dissertação no Repositório Institucional Unesp), o redesenho do processo de emissão e registro de diplomas, com a proposta de introdução da certificação digital, possibilitou “evidenciar melhorias de eficiência com um incremento na produtividade na ordem de 76%”

Eficiência, transparência e segurança

O trabalho de Palacios, responsável pelo Grupo Técnico de Registros Acadêmicos (GTRA), ligado à Secretaria Geral, indicou redução da quantidade de tarefas realizadas para emitir um diploma e da quantidade de pontos de decisão (gateways) para emiti-lo. Além disso, no cenário simulado, o estudo científico apontou uma diminuição significativa do tempo médio de atividade total.

“Espera-se que a introdução do Diploma Digital não implique apenas maior eficiência, mas também maior transparência e segurança em virtude da diminuição ou eliminação das fraudes existentes decorrentes do mercado negro de diplomas no Brasil”, escreveu Palacios em sua dissertação.

Os estudantes que desejarem imprimir o diploma digital para enquadrá-lo, um dos hábitos mais consagrados no meio acadêmico, poderão fazê-lo no papel e no formato que desejarem utilizando infraestrutura própria, fora da Universidade. A verificação de autenticidade do diploma poderá ser feita pelo site unesp.br/diploma.

Redução de custos e paperless

Em relação ao tempo para a entrega dos diplomas para os estudantes graduados na Unesp, atualmente, depois da cerimônia de colação de grau, o aluno espera, no mínimo, seis meses pelo documento físico. De início, estima-se que o trâmite na Secretaria Geral deva ser reduzido de três meses para um mês, em média, sem contar o trâmite inicial que ocorre nas unidades universitárias.

Além do incremento na produtividade, o diploma digital deve gerar economia à Universidade. Em uma estimativa inicial feita pela Universidade Federal de Santa Catarina, levando em conta a cadeia dos custos envolvidos em sua confecção, um diploma físico custa mais de R$ 300, enquanto o documento em sua versão digital tem um custo de produção estimado em um pouco menos de R$ 100.

“O processo do diploma digital promove uma cultura de transformação digital que inclui o paperless. Dessa forma, a impressão do diploma digital (da representação visual do documento) passa a ser uma exceção, e não mais uma regra dentro da Unesp”, diz o professor Erivaldo Antonio da Silva, secretário geral da Universidade.

Para mais informações, acesse: Diploma Digital.

Imagem acima: Thatphichai Yodsri /iStock.