Em 5 de abril de 2024, o Jornal da Unesp completa seu terceiro aniversário nesta nova etapa de sua existência. Foram três anos movimentados para nossa universidade, nosso país e nosso planeta. Felizmente, ao longo deste tempo, pudemos gradualmente estabelecer uma relação de proximidade e colaboração com a comunidade unespiana, por um lado, e um diálogo frutífero com diversos veículos de mídia e formadores de opinião por outro. A construção desta rede de parcerias teve como fundamento a visão editorial que se consolidou ao longo desses três anos, estruturada em valores como a busca pela factualidade, a criticidade, a independência e a valorização do interesse público. Isso só foi possível graças ao vivo apoio que recebemos, na promoção e na defesa destes valores, por parte das instâncias diretivas de nossa universidade. E já podemos colher alguns frutos deste trabalho, que vamos compartilhar com os leitores.
Um desses frutos envolve diretamente a capacidade de apresentar a produção de nossos docentes aos veículos de comunicação e, por meio deles, à sociedade. Quem acompanha a newsletter “Unesp na mídia” pode constatar que os artigos publicados no Jornal da Unesp têm servido de inspiração para reportagens de veículos locais, regionais e nacionais de mídia comercial, e eventualmente são reproduzidos até diretamente. Essa confiança por parte de alguns dos principais jornais, portais, agências de notícias e TVs do país foi construída gradativamente, e hoje podemos contar com uma maior facilidade na recepção de nosso conteúdo do que encontramos no início desta etapa, em 2021.
Nestes três anos, o Jornal da Unesp foi visitado por cerca de 2,7 milhões de usuários. As sete cidades brasileiras que abrigam o maior número de nossos leitores são, respectivamente, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas, Curitiba, Brasília e Porto Alegre. Ora, é de se esperar que o maior número de leitores resida em São Paulo, levando-se em conta que a Unesp carrega, em seu próprio nome, o gentílico “paulista”, mas a constatação de que milhares de nossos leitores residem em outros estados é um dado animador. Esse interesse evidencia o fato de que a produção intelectual da Unesp nada tem de paroquial ou regional, e que, uma vez apresentada de forma adequada, capaz de ser apreendida pelo leitor não especializado, pode suscitar apreciação e engajamento por parte de comunidades situadas muito além das fronteiras mais imediatas ou mais óbvias.
Outro eixo de análise possível toma por referência os países estrangeiros em que estavam os indivíduos no momento que travaram contato com alguma das matérias publicadas em nosso Jornal ao longo destes três anos. Esta categoria compreende cerca de 100 mil indivíduos em pelo menos 50 países. Aproximadamente metade do grupo estava nos Estados Unidos, em Portugal e na Alemanha, nações com as quais possuímos laços históricos, econômicos e acadêmicos que são seculares. Mas a lista se expande por todos os continentes, e passa por destinações menos óbvias, como China, Rússia, Emirados Árabes Unidos, Turquia e Indonésia (que ficou em décimo lugar, bem à frente da nossa vizinha Argentina em 16o, por exemplo). A internacionalização da Unesp, e da pesquisa brasileira como um todo, é um fato, e o Jornal tem servido como mais uma janela por onde estes intercâmbios podem se desenrolar.
Também por outros meios temos recebido notícia quanto ao alcance a que podem chegar as publicações do Jornal da Unesp. Um exemplo foi um comentário de Salvatore Mele, que é Conselheiro Sênior de Relaçoes Internacionais do Centro Europeu para Pesquisas Nucleares (Cern): “Li com interesse o artigo da Unesp sobre a associação do Brasil [ ao Cern]. Parabéns e congratulações por um trabalho muito correto em termos factuais”, escreveu ele no ano passado a um pesquisador da Unesp, em referência a uma reportagem que descrevia o processo de associação do Brasil ao instituto europeu.
Nesse ano de 2024, a repórter do Jornal da Unesp Malena Stariolo foi um dos dois jovens jornalistas contemplados com uma bolsa que cobriu os gastos para acompanhar o congresso anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS), num processo seletivo que envolveu candidatos de toda a América Latina. O processo seletivo ficou a cargo do Eurekalert, o braço da AAAS voltado para divulgação cientifica e de comunicação com a mídia. A vice-diretora do Eurekalert, Jennifer Holshue, comentou que o programa procura apoiar os candidatos “a se tornarem mais qualificados para atuarem como jornalistas de ciência, ou em outras funções ligadas à comunicação de ciência. E o fato de que um dos selecionados deste ano trabalha em uma publicação independente, baseada em uma universidade, mostra nosso entendimento e nosso compromisso com esta inclusão”.
Vamos concluir esta breve apresentação de aniversário com uma indicação das novidades que vêm por aí. A transformação do Jornal da Unesp em uma publicação exclusivamente on-line seguiu uma tendência global de digitalização da mídia. Nestes três anos, pudemos observar também o desenvolvimento dos aplicativos de compartilhamento de mensagens, como WhatsApp e Telegram. Eles se firmaram como uma via para compartilhamento de informações e notícias que é crescentemente empregada por veículos de mídia de todos os tamanhos. Nos próximos meses, o Jornal da Unesp irá começar a explorar também a entrega de seus conteúdos por meio dessas ferramentas, o que deve expandir ainda mais a circulação de nossos conteúdos.
Com este terceiro aniversário, acreditamos estar concluindo um capítulo na história do Jornal, e iniciando outro. Uma das medidas para marcar este novo momento é o encerramento da publicação de editoriais por ocasião dos aniversários. Acreditamos que o produto já está apresentado à população. Nosso desafio agora consiste em aperfeiçoá-lo para que se torne cada vez mais relevante, para nossa universidade e para a sociedade paulista e brasileira. Continuaremos publicando novos editoriais, sempre que tivermos notícias e fatos relevantes com relação à nossa publicação para compartilhar com nossos leitores.
Por fim, gostaríamos de evocar a memória do primeiro editor do Jornal da Unesp nesta nova fase, o jornalista Maurício Tuffani. Nome consagrado no jornalismo de ciência brasileiro, Tuffani exerceu o cargo de editor-chefe durante alguns meses no ano de 2021, e ajudou a estabelecer os fundamentos sobre os quais este projeto está sendo construído. Maurício Tuffani faleceu precocemente, deixando muitas saudades, mas o seu legado segue em nossas páginas, e em nossa busca por produzir, diariamente, um jornalismo crítico e significativo, que se proponha a apresentar, de forma honesta, a pesquisa e a vida intelectual de nossa universidade.
Grato aos leitores e à comunidade unespiana por tudo o que pudemos compartilhar nestes três anos, e por tudo o que ainda virá.
Imagem acima: Eliete Soares/ACI Reitoria.