Como a ciência pode ajudar a evitar futuras pandemias?

Estudante unespiano levará questão a cientista ganhadora do Nobel de Medicina em evento reunirá vencedores do Prêmio e jovens universitários brasileiros nesta quinta-feira (8)

O cenário global tem demonstrado que a solução dos problemas para crises sanitárias como a atual depende diretamente do conhecimento científico. A biotecnologia tem um papel fundamental no combate à Covid-19, e é provavelmente uma de nossas principais armas para lutar contra esse tipo de problema. Como a comunidade científica pode impedir futuras pandemias ou detectar, o quanto antes, surtos de doenças que podem ocorrer em qualquer lugar do mundo?

Essa é a pergunta que o estudante unespiano Lucas Gabriel Ribeiro, de 23 anos, graduando do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, na Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), câmpus de Botucatu, fará nesta quinta-feira (8), a partir das 10h, durante a mesa-redonda virtual que promoverá o diálogo de 40 universitários brasileiros com dois ganhadores do Prêmio Nobel, o mais prestigioso do mundo científico.

O evento online “O Valor da Ciência”, promovido pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Nobel Prize Outreach, é uma atividade prévia do Diálogo Nobel Brasil 2022, que reunirá vencedores do Prêmio e outras lideranças intelectuais para discutir “O Futuro Que Queremos”. O encontro desta quinta será transmitido em inglês pelo canal do Prêmio Nobel no Youtube, com tradução simultânea para o português.

Futuro da biotecnologia

O unespiano Lucas Gabriel Ribeiro foi um dos 40 universitários brasileiros selecionados, entre 167 indicações realizadas para este diálogo. Terá a oportunidade de fazer uma pergunta para a norueguesa May-Britt Moser, laureada com o Nobel de Medicina em 2014. Os 40 jovens cientistas do país foram separados em dois grupos de 20 integrantes. Cada grupo fará perguntas para um premiado diferente – além de Moser, também participará o francês Serge Haroche, ganhador do Nobel de Física em 2012.

“O tema central do encontro é o valor da ciência em momentos de crise como este em que vivemos. Montamos um grupo de WhatsApp com as 20 pessoas que farão perguntas para a May (Moser) e estamos discutindo o que perguntar para não ter questões repetidas”, disse Lucas Ribeiro. E acrescentou:

Acredito muito no futuro da biotecnologia, estou trabalhando com isso e gostaria de saber dela como a comunidade científica pode colaborar em crises sanitárias como esta, tanto no quesito estratégico como de mobilização social. Nesta pandemia, surgiram muitas notícias falsas que iludiram a população e induziram modos de agir errados.

A cientista norueguesa May-Britt Moser, na cerimônia em que ganhou o Prêmio Nobel de Medicina de 2014. Copyright © Nobel Media AB 2014 Photo: Niklas Elmehed

Apesar de muito jovem, o estudante de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da FCA já está envolvido em diversas frentes promissoras de estudos científicos. Antes mesmo de se graduar, tornou-se mestrando no Programa de Pós-Graduação de Pesquisa e Desenvolvimento (Biotecnologia Médica) da Faculdade de Medicina da Unesp (FMB) e, como pesquisador colaborador do Laboratório de Biologia Molecular do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HCFMB), ajudou no desenvolvimento da técnica de rastreamento epidemiológico-molecular por pool de saliva para identificação da presença do SARS-CoV-2, vírus causador da Covid-19, protocolo reconhecido como “Inovação Social” pela Agência Unesp de Inovação.

Além disso, Lucas Ribeiro é cofundador e diretor científico da startup CROP Biotecnologia, empresa-filha da Unesp, na qual atua ativamente na validação de produtos com atividade virucida. “Nós, cientistas, temos um papel de apontar soluções para a sociedade. Acredito muito nisso”, diz o universitário.

Além do diálogo entre os universitários e os vencedores do Prêmio Nobel, o evento desta quinta-feira será aberto com uma conversa entre May-Britt Moser, Serge Haroche, Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader, copresidente da Rede Interamericana de Academias de Ciências, e Adam Smith, diretor científico da Nobel Prize Outreach, braço de comunicação da Fundação Nobel.

Na imagem no alto, Lucas Gabriel Ribeiro, 23 anos, aluno da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), câmpus de Botucatu. Foto: Reprodução.