O diretor do Instituto Confúcio na Unesp, Luís Antonio Paulino, recebeu em Pequim no dia 8/7 o prêmio internacional Orquídea, outorgado pelo Grupo de Comunicações Internacionais da China, instituição ligada ao governo chinês. Criado em 2022, o prêmio se destina a destacar indivíduos que contribuíram de forma significativa para promover o aprendizado mútuo e o intercâmbio na esfera da cultura e da civilização entre a China e as demais nações, tendo como referência a chamada Iniciativa por uma Civilização Global proposta pelo presidente do país, Xi Jinping. No total, o Comitê Organizador do prêmio analisou 347 candidaturas, envolvendo falantes de 11 diferentes idiomas. Paulino foi um dos seis distinguidos na categoria “Emissário da Amizade”, na classe dos educadores.
O discurso de premiação, proferido pelo ministro das Comunicações, destacou a atuação de Paulino à frente do Instituto Confúcio e algumas iniciativas desenvolvidas pela instituição, que incluem, além da oferta de cursos regulares de língua e cultura chinesas, a criação de uma biblioteca que se tornou referência na América Latina por seu acervo de obras em chinês, a realização de eventos culturais, a edição de textos clássicos da cultura chinesa e a edição de uma revista bilíngue do instituto que circula também por outros países falantes de português.
O Instituto Confúcio é uma iniciativa educacional do governo chinês que, por meio de parcerias locais, procura disseminar a língua e a cultura chinesas pelo mundo. Atualmente, existem mais de 600 unidades do Instituto, espalhadas em cerca de 140 países. Luís Antonio Paulino está à frente do Instituto Confúcio na Unesp desde que ele foi criado, em 2008.
A aproximação de Paulino com o país asiático teve início quando ele trabalhava na Presidência da República, em meados dos anos 2000. À época, as relações Brasil-China davam ainda os primeiros passos para fortalecer uma parceria que se revelaria estratégica para ambos. “Quando deixei o governo federal, em 2006, conversei com o professor [Marcos] Macari, que era o reitor à época, e sugeri a criação da unidade. Já havia a perspectiva de uma intensificação das relações entre os dois países, e eu disse que era importante estar antenado com as mudanças que estavam acontecendo. Ele prontamente concordou”, lembra Paulino. Desde então, a unidade já recebeu mais de 25 mil alunos em seus cursos de cultura e língua chinesas, e encaminhou 600 para períodos de estudos de seis meses ou um ano no país asiático, sendo 42 só neste ano de 2023. Também prestou serviços de teste de proficiência em chinês para mais de 4 mil alunos, e conduziu mais de 300 atividades temáticas de diversos tipos, engajando mais de 550 mil participantes. Anualmente, o governo chinês premia alguma unidade dos Institutos Confúcio para destacar suas realizações. O Instituto Confúcio na Unesp foi laureado três vezes, nos anos de 2010, 2012 e 2016, e recebeu também outras distinções conferidas pelo governo chinês nos últimos três anos.
O convênio entre o governo chinês e a Unesp que mantém em funcionamento o Instituto Confúcio foi renovado em setembro, e tem validade por mais cinco anos. A renovação será comemorada em evento no Memorial da América Latina nos próximos dias 13/11 e 14/11. No próximo dia 5/10 o reitor Pasqual Barretti irá à cidade de Wuhan, na China, discutir a cooperação entre a Unesp e a Universidade de Hubei, que é parceira no Instituto Confúcio e responsável pelo envio dos professores chineses que dão aulas em São Paulo. Em seguida, o reitor irá a Pequim para participar de reuniões com o Centro para Educação e Cooperação de Idiomas e a Fundação Chinesa Internacional de Educação, organizações que coordenam os trabalhos dos Institutos Confúcio e a difusão de língua chinesa em nível mundial.
Imagem acima: Foto de Luís Antonio Paulino divulgada pelo comitê do prêmio Orquídea. Crédito: divulgação.