Perspectiva de novos projetos na Amazônia coloca futuro do bioma em xeque

Em entrevista ao Prato do Dia, professor e ativista Rodolfo Salm explica os impactos ambientais dos empreendimentos que foram erguidos na floresta nos últimos anos. E alerta para as consequências que podem advir no futuro próximo caso governo federal decida apoiar mais obras de grande envergadura na região.

O destino da floresta amazônica tem cada vez mais se tornado um assunto de interesse mundial. A preservação do bioma é essencial no contexto das mudanças climáticas que afetam o planeta. Ainda assim, a necessidade de desenvolvimento econômico e social na região tem estimulado, historicamente, a execução de uma série de projetos ambientalmente questionáveis. A discussão sobre a exploração de petróleo próximo à foz do rio Amazonas é o mais recente elemento de um debate que insiste em colocar em lados opostos o desenvolvimento e o meio-ambiente. 

Para analisar o impacto dos recentes projetos de infraestrutura empenhados na Amazônia e discutir formas de desenvolvimento econômico que contemplem a preservação do bioma amazônico, o podcast Prato do Dia recebeu o professor e ambientalista Rodolfo Salm. Rodolfo trabalha há 27 anos na Terra Indígena Kayapó, que também lhe serve de referência para seu ativismo em favor da preservação da floresta tropical amazônica e dos direitos dos povos originários.

Na conversa, o biólogo faz um balanço da Cúpula da Amazônia, evento que reuniu populações tradicionais da região e chefes de estado, além de analisar o impacto de obras de infraestrutura realizadas por governos de esquerda na Amazônia. Docente da Universidade Federal do Pará (UFPA) e morador da cidade de Altamira, Rodolfo descreve, por exemplo, as graves consequências sociais e ambientais da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, viabilizada durante a presidência de Dilma Rousseff. 

O professor alerta ainda para o impacto de projetos como o Ferrogrão, uma linha ferroviária defendida por representantes do agronegócio  para o escoamento da produção de grãos  que pretende ligar o norte do Mato Grosso a Santarém (PA), cortando unidades de conservação e terras indígenas.

Rodolfo discute ainda possibilidades que tragam qualidade de vida e desenvolvimento para a população que vive na Amazônia a partir da manutenção da floresta, sugerindo uma nova forma de desenvolvimento para a região. 

A íntegra desta edição do Prato do Dia, disponível na mídia abaixo, pode ser ouvida também na plataforma Podcast Unesp, bem como nos tocadores Google Podcasts, Spotify e Deezer.