Andréia Souza celebra estreia em Aída

Destaque no canto lírico paulistano, cantora fala sobre carreira e sobre participação em nova montagem da ópera de Verdi no Theatro Municipal

Protagonista de uma expressiva trajetória no universo da música erudita, a cantora lírica paulistana Andréia Souza celebra mais uma importante vitória. Em junho, ela vai representar o papel de Amneris numa montagem de Aída, a ópera do compositor italiano Giuseppe Verdi, que ocorrerá no Theatro Municipal de São Paulo. A personagem é a filha do Faraó, e funciona como um contraponto de Aída. As duas lutam pelo amor do general egípcio Radamés, que fora prometido para Amneris, mas apaixona-se por Aída. “Estou muito animada com este atual momento. A personagem chegou na hora certa, em uma fase madura da minha carreira como cantora. Quem convive com a música erudita sabe que não é fácil alçar essas conquistas profissionais”, diz a cantora.

Nascida e criada numa família de músicos, Andréia iniciou seus estudos musicais na infância e conviveu com a arte de diferentes formas. “Minha família sempre foi muito musical. Todos tocam ou cantam. Meu avô era sanfoneiro, tocava nas muitas festas familiares. Minha mãe estudou piano, foi cantora, solista do coral da igreja evangélica. Meu pai é maestro de coral e toca sax e minha irmã é pianista. Mas todos sempre como pé no chão, ou seja, com uma outra profissão de apoio, para evitar que tenhamos imprevistos na trajetória da vida em relação a estabilidade profissional”, relata.

A mezzo-soprano teve o seu début como Bragünne, personagem da ópera Tristão e Isolda, de Wagner, sob regência de Luiz Fernando Malheiro, no Teatro Amazonas, em Manaus. “Foi uma experiência incrível. Sem dúvida, uma das mais marcantes da minha vida e que me projetou no universo erudito de forma mais significativa”, conta.

Formada em canto lírico pela Escola Municipal de Música de São Paulo, e em teatro pela Teatro Escola Macunaíma, ela se tornou especialista em técnica de projeção e extensão vocal. Conhecida pelo seu timbre vocal diferenciado, Andréia atuou como solista em alguns dos principais teatros do Brasil, como o Theatro da Paz em Belém do Pará, o Teatro Amazonas, o Theatro São Pedro e a Sala São Paulo. Em sua carreira, trabalhou junto a grandes maestros e diretores cênicos nacionais e internacionais, entre eles os maestros Luiz Fernando Malheiro e Alessandro Sangiorgi.

Em seu vasto repertório constam obras como a Flauta Mágica de Mozart, I Puritani de Bellini, Tannhauser e Parsifal de Wagner, Salomé de Strauss, Carmen de Bizet, Porgy and Bess de Gershwin, Onde Vivem os Monstros de Knusse e Um baile de máscaras e Falstaff, de Verdi.

No ano passado, ela foi solista da ópera Gianni Schicchi de Giacomo Puccini, pela turnê do Consulado Geral da Itália e do Instituto de Cultura Italiano San Paolo, da Cia de Ópera São Paulo, com direção artística de Paulo Abrão Esper.

As récitas de Aída que contarão com a participação de Andréia vão ocorrer nos dias 4, 8 e 11 de junho. Em entrevista exclusiva ao Podcast Unesp, Andréia Souza relata diversas passagens da sua biografia artística. É só clicar e conferir.