Um artista assumidamente plural. Essa é a identidade do músico, compositor e cantor Gabriel de Almeida Prado, que lançou recentemente seu segundo álbum, intitulado “Não aceito ser um só”. Com treze faixas, financiamento coletivo e a participação de outros trinta artistas, o trabalho foi concebido e produzido em meio de parcerias inusitadas que surgiram no decorrer do processo. O resultado é um álbum de sonoridade refinada, repleto de confluências e discordâncias que apontam para um mesmo mote: a essência da arte.
Muito bem gravadas e produzidas, as canções estão repletas de timbres e sons brasileiros. As letras funcionam como crônicas da vida como ela é, falando de futuros sonhados, amores comuns, dilemas individuais e novos olhares. Sob um astral moderno, “Não aceito ser um só” soa bem aos amantes da música brazuca. O álbum realmente sustenta a ideia de produção coletiva, o que o deixa sua audição ainda mais prazerosa. Já as letras transportam um ar poético e jocoso sobre o cotidiano e as reflexões humanas. Características que ressaltam na obra de Gabriel.
“A ideia do disco é justamente provocar o desejo de ser muitos, ser plural. Nesse sentido, abri uma campanha de financiamento coletivo para lançar meu segundo álbum com canções de minha autoria e algumas de outros compositores amigos que admiro muito”, relata Gabriel. “O álbum conta com participações especiais que pintaram naturalmente, entre elas o clarinetista Proveta, Siba, Quarteto Saxofonando, Pascoal da Conceição (o Dr. Abobrinha do Castelo Ratim Bum), Rubi, Osvaldinho da Cuíca e Duodelá (Emiliano Castro e Vitor Lopes)”.
A arrecadação do financiamento foi muito positiva e o trabalho realizado com direção do próprio artista e coprodução de Liw Ferreira e Pedro Serapicos.
Lembranças mais antigas envolvem música
A relação de Gabriel com a arte remonta à infância. Nascido num berço de “letras”, em meio a um família de poetas e produtores culturais, mas suas primeiras lembranças já remetem ao interesse pelos ritmos e sons. “Me lembro de estar no colo da minha avó, bem novinho, cantarolando. São minhas recordações mais antigas”, lembra o músico. Mas foi na adolescência que iniciou sua trajetória artística, ao freqüentar e produzir o Chama Poética – projeto que incentiva a produção artística, principalmente de poesia e música. Nessa trajetória, Gabriel teve contato com pessoas que, mais tarde, tornaram-se amigos, parceiros e mestres, como Kleber Albuquerque, Élio Camalle e Irineu de Palmira. Em 2017, lançou seu primeiro álbum “A Língua e a Alma” que recebeu elogios de nomes relevantes da critica musical.
Em linhas gerais, pode se dizer que a obra de Gabriel de Almeida Prado abrange sensibilidade, modernidade, ótica cotidiana e uma sátira inteligente. Fica a dica!
Ouça abaixo a íntegra da conversa no podcast MPB Unesp.