Pesquisador analisa redução do nível de água nas hidrelétricas e impacto no setor agropecuário

Produtores de alimentos hoje procuram se posicionar perto de usinas que, mesmo no volume morto, são capazes garantir segurança hídrica.

O Podcast Unesp, em parceria com a Área de Hidráulica e Irrigação do câmpus de Ilha Solteira da Unesp, publica noticiário sobre a agricultura irrigada e agroclimatologia. Nesta edição, Fernando Braz Tangerino, engenheiro agrônomo e professor da Unesp de Ilha Solteira, analisa a redução do nível de água dos reservatórios das hidrelétricas e as consequências para a agropecuária irrigada.

Tangerino diz que o Brasil passa por um momento de forte atividade econômica, o que pode ser inferido pela demanda energética que vemos atualmente. Ele ressalta que por dois dias seguidos, 21 e 22 de setembro, o Nordeste bateu o recorde de demanda instantânea de energia. No dia 22, o SIN – Sistema Interligado Nacional registrou marca de 91,5% da demanda máxima histórica de energia no país, e ao longo daquela semana a média ficou em 88% do valor histórico.

No caso da agropecuária irrigada, ele explica que hoje os produtores de alimentos procuram estar às margens das usinas que são capazes de operar à fio d´água, o que lhe traz segurança hídrica para a continuidade das atividades que dependem de irrigação. É o que está acontecendo em lugares como a Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira, a terceira maior do país, ou a de Três irmãos. Ou seja, atingir o volume morto nestas hidrelétricas não significa parar de gerar energia.

A decisão sobre onde gerar energia afeta o nível dos reservatórios das hidrelétricas e impacta diferentes setores da economia. Devido a diversos fatores, produtores de alimentos estão tendo dificuldades técnicas e operacionais para o acesso à água. É de se esperar um aumento no preço dos alimentos, pois os insumos de produção agrícola e a logística estão subindo de preço.

Ouça a entrevista completa no Podcast Unesp

Imagem acima: Foto da Usina Hidrelétrica de Sobradinho mostra os sinais de falta de água. Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil