Erupção do vulcão Cumbre Vieja no Atlântico realça renovação natural da crosta terrestre, explica geólogo da Unesp

Lava ejetada já danificou mais de trezentas construções e obrigou milhares de pessoas a deixarem suas casas

O avanço da lava do vulcão Cumbre Vieja nas Ilhas Canárias segue rumo ao mar, embora não se saiba exatamente quando esse encontro irá ocorrer. Tudo depende da velocidade do fluxo, que reduz à medida que ela esfria e atravessa terrenos mais planos. Desde domingo, 19 de setembro, quando entrou em erupção, o vulcão Cumbre Vieja espalha lava pela ilha espanhola La Palma e já danificou mais de trezentas construções, entre elas centenas de moradias.

Aproximadamente 6.000 pessoas foram obrigadas a deixar a região das Ilhas Canárias às pressas para fugir do trajeto da lava que jorra do vulcão. A área mais crítica, por onde passa o magma, fica na parte sudoeste da ilha.

Para proteger a população, as autoridades intensificaram o sistema de proteção civil e o perímetro de interdição no litoral foi ampliado para evitar que as pessoas se aproximassem do local.

O encontro do magma com o oceano é monitorado minuciosamente devido a uma perigosa reação química gerada pelo contato do fluido com a água salgada. Esse contato “pode gerar explosões e emissão de gases nocivos”, segundo as autoridades do Plano de Emergência Vulcânica das Ilhas Canárias (Pevolca).

O Serviço Geológico dos Estados Unidos realçou que o encontro do magma ardente com o mar pode gerar explosões, ondas de água fervente e até nuvens tóxicas.

José Alexandre Perinotto, geólogo e professor do curso de Geologia do Instituto de Geociências e Ciências Exatas do câmpus da Unesp em Rio Claro, explica que a erupção do vulcão Cumbre Vieja nas Ilhas Canárias na Espanha é um processo de renovação natural da crosta terrestre, mas que infelizmente gera prejuízos significativos aos humanos e impactos ambientais.

Ouça a entrevista completa no Podcast Unesp:

Imagem acima: Agencia Canaria de Noticias y Audiovisuales/Reprodução de Vídeo/Twitter