As paisagens naturais, a realidade de centros urbanos e alguns dos principais traços culturais da população estão presentes na 7ª Mostra de Cinema Chinês que será aberta neste sábado, dia 1º, em uma cerimônia para convidados no Centro Cultural São Paulo (CCSP), na capital paulista. Com o tema “China — luzes e sombras, sons e sonhos”, a ideia central da mostra é sensibilizar os espectadores no sentido da quebra de estereótipos a respeito do povo chinês e de seu vasto território, que delimita a maior economia da parte oriental do planeta.
Organizada pelo Instituto Confúcio na Unesp em parceria com o CCSP e a Spcine, a Mostra de Cinema Chinês de São Paulo reunirá nas próximas duas semanas, de 4 a 15 de outubro, nove produções cinematográficas chinesas em exibições gratuitas, retomando o formato presencial de um evento que já está integrado à cena cultural paulistana na manifestação de um esforço de diplomacia pública para mostrar a China contemporânea.
“Ocorre que muito do que chega ao grande público, em matéria de cinema, é muito relacionado a aspectos históricos, retratando pouco a China atual. Na mostra, teremos vários filmes tratando de aspectos contemporâneos da paisagem urbana, étnica e regional. A ideia é quebrar estereótipos no sentido de mostrar uma China moderna, uma realidade mais rica do que aquela que as pessoas costumam ter contato e que transmite uma visão muito reducionista do que é a China hoje”, afirma o professor Luís Antonio Paulino, diretor do Instituto Confúcio na Unesp.
Paulino participou da escolha dos títulos da mostra e diz que este trabalho de seleção é uma tentativa de aproximar os brasileiros de filmes que estão sendo vistos pelos próprios chineses nos cinemas. Nessa linha, estão presentes produções recentes que fizeram bastante sucesso no país asiático, como o filme “Os Oitocentos”, de Guan Hu, que retoma os últimos dias da chamada Batalha de Xangai ocorrida durante a guerra sino-japonesa. O título foi a segunda maior bilheteria internacional de 2020.
A produção que abre o festival neste sábado é “Chaogtu e Sarula”, de Wang Rui, vencedor dos prêmios de melhor direção no 33º Golden Rooster Film Festival e Melhor Contribuição Artística no 32º Festival Internacional de Cinema de Tóquio. Baseado no romance “A Pastora”, de Mo Yue, a obra conta a história de um casal mongol de hábitos simples que entra em conflito quando cada membro decide seguir estilos de vida diferentes.
“Penso que nossa tendência é analisar os outros com base nos nossos próprios parâmetros. Todo nosso pensamento ocidental está centrado na liberdade do indivíduo. Já a China e outros países da Ásia enxergam de uma maneira mais coletiva o direito ao trabalho, à segurança. Isso é motivo de ruído”, reflete Paulino, que dirige o Instituto Confúcio na Unesp desde a sua criação, em 2008.
A 7ª Mostra de Cinema Chinês de São Paulo tem curadoria de Shi Wenxue, mestre em Ciências do Cinema pela Academia de Cinema de Pequim, e de Lilith Li, que coordenou o Festival Internacional de Cinema de Macau. A maioria dos longas que serão exibidos teve algum destaque em festivais nacionais ou internacionais de cinema. Como gostam de frisar os organizadores, a mostra traz narrativas multidimensionais que quebram barreiras culturais. “São obras que retratam o nosso tempo e a nova geração em histórias cheias de verdade e sentimento numa perspectiva genuinamente chinesa”, observam os curadores.
Confira a programação completa e assista aos trailers dos filmes no site mostracinema.institutoconfucio.com.br.
Serviço
7ª Mostra de Cinema Chinês
4 a 15 de outubro
CCSP – Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1000 – São Paulo-SP)
Entrada gratuita (retirada dos ingressos no local, 1h30 antes da sessão)
Todos filmes em chinês e legendados em português
Mais detalhes: mostracinema.institutoconfucio.com.br