Docente do Instituto de Biociências de Rio Claro vence primeira edição do prêmio Jabuti Acadêmico com livro publicado pela Editora Unesp

“Um Naturalista no Antropoceno”, de Mauro Galetti, combina autobiografia e reflexões sobre o futuro da vida no planeta. Obra foi premiada na categoria Ciências Biológicas, Biodiversidade e Biotecnologia.

Foram anunciados na última terça-feira (06), durante uma cerimônia em São Paulo, os vencedores do Prêmio Jabuti Acadêmico. Dentre os vencedores está o biólogo Mauro Galetti, professor do Instituto de Biociências da Unesp, campus de Rio Claro, que foi laureado pelo livro Um Naturalista no Antropoceno. A obra foi publicada pela Editora Unesp, e ganhou destaque na categoria de Ciências Biológicas, Biodiversidade e Biotecnologia.

A premiação é um desdobramento do Prêmio Jabuti, a mais tradicional láurea literária do país, e foi ofertada pela primeira vez, numa iniciativa da Câmara Brasileira do Livro (CBL) com apoio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC). No total, foram feitas 1.953 inscrições para as 29 categorias ofertadas. Em cada uma delas, cinco finalistas disputavam o prêmio.

Um Naturalista no Antropoceno combina elementos de autobiografia com reflexões sobre o futuro da vida no planeta. Galetti relata experiências que viveu em viagens de pesquisa às Ilhas Galápagos, Bahamas e Bornéu, e rememora sua formação como cientista, para apresentar ao leitor seus questionamentos sobre a Era dos Humanos, também conhecido como Antropoceno.

“Fiquei superlisonjeado, porque estou levando a história da biologia e da ecologia para o grande público. Receber um prêmio Jabuti acadêmico e levar o nome da Editora Unesp para o grande público é uma honra”, diz Galleti. “O prêmio Jabuti é uma celebração da ciência brasileira e da ciência realizada na Unesp.”

Obra está disponível para download gratuito

A obra foi publicada em formato de ebook e está disponível gratuitamente na plataforma da Fundação Editora Unesp. A previsão é que logo será lançada também em formato físico. “Nós tivemos o privilégio de publicá-lo e, assim, disponibilizá-lo de maneira a atingir um público grande, um público muito maior do que aquele que seria obtido se, por acaso, o livro ficasse restrito à órbita acadêmica, como um trabalho ou tese a ser circulada internamente. Dessa forma, ele pode atingir milhares de pessoas de uma maneira muito eficiente e imediata”, conta Jézio Gutierre, diretor da Editora Unesp, que esteve presente no evento.

Galetti também espera que a premiação ajude sua obra a alcançar um público mais amplo, que  está fora dos muros da universidade. “A importância do prêmio Jabuti é dar mais visibilidade para livros sobre ciência, que educam pessoas numa época tão complicada de intenso negacionismo”, diz.

Gutierre também destacou o papel da editora em unir a comunidade externa e a universidade. “O objetivo de uma editora universitária é, justamente, veicular as obras produzidas pela instituição universitária que abriga aquela editora. E, paralelamente, ser um receptor de obras publicadas externamente, disponibilizando-as para a comunidade universitária. São esses dois polos que regem uma editora universitária”, diz.

O site da Fundação Editora Unesp conta com um acervo com quase 3 mil obras e lança diversos títulos produzidos pela pós-graduação da universidade em formato digital. É uma iniciativa pioneira, que abrange produções de 36 áreas do conhecimento diferentes, e que já resultou em cerca de 30 milhões de downloads.

Outro docente premiado

Além da obra de Mauro Galetti, o evento também premiou outro docente da Unesp. O falecido Edson Luiz Lopes Baldin escreveu, em parceria com dois professores da USP, o livro Inseticidas botânicos no Brasil: aplicações, potencialidades e perspectivas. A obra foi vencedora na categoria Ciências Agrárias e Ciências Ambientais e aborda, de maneira multidisciplinar, os principais aspectos sobre a pesquisa, experimentação e emprego prático dos inseticidas botânicos em programas de manejo de pragas no Brasil.

Imagem acima: Mauro Galetti. Crédito: acervo pessoal.