Botucatu. Unesp. Instituto de Biociências. 2005. Essa foi a chance da vida do Marcelo Santos da Silva. Ele ingressou no curso de Ciências Biológicas após muito estudo preparatório na rede pública de ensino, em curso técnico e em cursinhos pré-vestibulares, conciliando com a vida na periferia de São Paulo e a rotina de trabalho desde feiras livres a empresas na capital para ajudar a sustentar a casa em que morava com a mãe. “Universidade era algo totalmente fora do alcance, era para a elite. Mas eu sempre fiquei com aquilo [entrar na Universidade] em mente. Fiz três anos de cursinho e tive a oportunidade de estudar na Unesp”, relembra Marcelo.
O ingresso na universidade pública possibilitou a ele o contato com a pesquisa e, assim, definir os rumos de sua carreira. O desempenho na graduação o levou ao doutorado direto na Unicamp e, posteriormente, a um pós-doutorado no Instituto Butantan, ambos envolvendo experiências em universidades no exterior. Atualmente, ele conta com o financiamento da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para desenvolver a sua pesquisa em um laboratório de pesquisa genética em doenças tropicais negligenciadas que atingem, especialmente, pessoas de baixa renda. Enquanto jovem pesquisador, ele retornou ao Instituto de Biociências da Unesp em Botucatu, agora em 2021, para contribuir com o avanço do conhecimento e com a realidade social de pessoas que, como ele e a mãe, encontram-se expostas a uma imensa desigualdade e enfrentam restrições no acesso a oportunidades educacionais em nosso país.
É essa história que está no terceiro episódio da série de documentário “Caminhos: quando sonhos encontram a educação”, lançado pela Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp. Com o compromisso de demonstrar o impacto da inclusão e da diversidade nas unidades universitárias, a atual gestão vem trabalhando com projetos institucionais e sociais junto às comunidades internas e externas. Esta série de documentários é uma das ações que integram o projeto “Unesp Transforma Vidas”.
A história do Marcelo é um dos exemplos da política institucional para assegurar a permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica após o ingresso na Universidade. Desde 2013, a Unesp conta com a COPE (Coordenadoria de Permanência Estudantil) que oferece sete auxílios: socioeconômico, aluguel, estágio, especial, provisório, subsídio alimentação e 1.240 vagas em umas das 13 moradias estudantis, além de 5.000 refeições por dia em 10 restaurantes universitários. Em 2021, 5.108 estudantes foram atendidos com pelo menos um auxílio da COPE.
Antes da institucionalização dessa coordenadoria, desde 1997 ao primeiro semestre de 2013, a Unesp manteve o Programa de Apoio Institucional ao Estudante (PAE) que, na modalidade de bolsas e auxílios, atendia os estudantes com comprovada carência socioeconômica. Durante 16 anos, o programa subsidiou 21.663 bolsas que, além de oferecer um recurso para a permanência dos alunos, já os inseria na pesquisa e na extensão universitária.
Para saber mais sobre os mecanismos sobre permanência estudantil da Unesp, acesse o site unesp.br/cope.