Dia Mundial de Combate à Aids de 2021 marca quatro décadas da descoberta do primeiro paciente com a síndrome

Doença já matou 40 milhões de pessoas em todo o planeta. Professor da Unesp que é consultor para HIV-AIDS da Sociedade Brasileira de Infectologia destaca eficiência dos tratamentos atuais e alerta para crescimento de taxa de infecção entre jovens.

Em primeiro de dezembro celebra-se o Dia Mundial de Combate à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), doença causada pelo vírus HIV. Neste ano de 2021, a data também marca os 40 anos da descoberta do primeiro paciente infectado por este vírus no mundo. Desde então, muitas pesquisas científicas tem buscado caminhos para controlar o agente infeccioso e tentar colocar um ponto final nesta pandemia — que, embora ainda esteja em curso, mostra-se muito mais silenciosa do que a da covid-19, por exemplo.

No Brasil, a data também é o ponto de início do Dezembro Vermelho, uma campanha de conscientização para o tratamento precoce desta síndrome e também de outras doenças sexualmente transmissíveis. O mês de dezembro foi escolhido pelo Ministério da Saúde em decorrência do Dia Mundial de Combate à Aids, e a cor vermelha é referência à cor do laço que serve como símbolo da luta contra a patologia.

Embora ações de conscientização fossem adotadas no Brasil e no mundo ao longo de décadas, o movimento não era oficialmente reconhecido até 2017. Em outubro daquele ano, o Senado Federal promulgou a Lei 13.504, que instituiu oficialmente “a campanha nacional de prevenção ao HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis, denominada Dezembro Vermelho”. A lei foi publicada no Diário Oficial da União em 7 de novembro.

De acordo com dados da UNAIDS, um programa associado à Organização das Nações Unidas, aproximadamente 37,6 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo. Em 2020, 73% desse grupo tinham acesso ao tratamento antiviral, o que representa 27,4 milhões de pessoas. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que aproximadamente 936 mil pessoas vivem com HIV.

Para quem teve acesso ao diagnóstico, à testagem e ao acompanhamento médico, que são elementos fundamentais na luta contra a doença, a ciência traz novidades animadoras. Atualmente, os tratamentos disponíveis garantem a qualidade de vida, mas é preciso fazer com que estejam disponíveis para ainda mais pessoas.

Em entrevista ao Podcast Unesp, Alexandre Naime Barbosa, que é professor, chefe do Departamento de Infectologia da Faculdade de Medicina da Unesp em Botucatu, consultor para HIV – Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia e membro da International AIDS Society, destaca a relevância do Dia Mundial de Combate à Aids para reflexões de aspectos sociais e científicos.

Escute a íntegra da entrevista ao Podcast Unesp.