Uma aula de respeito pela natureza e um alerta para a vida na Terra

Em abertura da exposição 'Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano', reitora da Unesp Maysa Furlan sugere reflexão sobre as consequências da interação entre o ser humano e as demais espécies no planeta; mostra fica em cartaz no Brasil até 7 de dezembro

A reitora da Unesp Maysa Furlan visitou na manhã desta terça-feira, 2 de setembro, a abertura da exposição fotográfica ‘Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano’ (Wildlife Photographer of the Year), no Museu Catavento, em São Paulo. Esta é a 60ª edição do concurso global homônimo promovido anualmente pelo Museu de História Natural de Londres. A realização da exposição no Brasil é resultado dos esforços da Unesp e do Instituto Questão de Ciência (IQC), em parceria com o Catavento e o governo paulista. 

“Essa mostra traz uma lição: temos que ter, para a nossa própria sobrevivência, respeito pela natureza e viver olhando e respeitando cada microcosmo, cada pequeno pedaço que existe nela e cada interação. A maioria das fotos aqui mostra a beleza desta congregação que é o planeta Terra”, afirmou a reitora, na abertura da exposição. “Temos que respeitar a natureza como um todo e aqui temos uma aula sobre isso”, complementou.

A reitora da Unesp foi, simbolicamente, a primeira visitante da mostra, cujo ato inicial foi uma visita guiada reservada a convidados. Em seguida, os corredores que abrigam as cem imagens selecionadas pelo júri do concurso foram abertos ao público. As fotografias estão dispostas por meio de categorias e trazem flagrantes diversos da vida selvagem e natural, com intersecções que lembram as atividades antrópicas que impactam direta ou indiretamente o meio ambiente, especialmente na categoria dedicada ao fotojornalismo. As duas imagens vencedoras estão em destaque, em formato de 92 x 61,3 centímetros. A exposição fica em cartaz no Museu Catavento até 7 de dezembro. 

“Penso que também é um alerta do momento que vivemos, especialmente com relação às mudanças climáticas, distorções ou devastação dos nossos biomas e, consequentemente, alterações da nossa biodiversidade”, afirmou a reitora Maysa Furlan. “É um alerta porque, se nós não preservarmos –o ser humano é responsável por isso, sim–, daqui a pouco não vamos ter mais alguns desses ambientes”, disse a docente.

Público visita exposição ‘Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano’, no Museu Catavento, em São Paulo (Crédito: Roberto Rodrigues/ACI Unesp)

Ao longo da visita, acompanhada pelo Jornal da Unesp, a reitora Maysa Furlan reagiu com encantamento a alguns registros, afirmou que “tem muita ciência” por trás daquelas imagens e, em conversa com jornalistas convidados, lembrou dos anos em que morou em Manaus como pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Pesquisadora 1A do CNPq, a docente tem experiência em aspectos estruturais, biológicos e biossintéticos de produtos naturais, com ênfase em biologia sintética. 

“Gostaria que o público de São Paulo e do Brasil venha para esta exposição como uma reflexão sobre a vida selvagem e sobre como nós, humanos, temos que conviver com esta vida e agir para preservá-la”, afirmou a reitora, destacando a importância da preservação do patrimônio genético e dos conhecimentos tradicionais associados do país, estratégia prevista na legislação em vigor e norteada pelo uso sustentável da biodiversidade. “Que o público aproveite este espaço, um espaço único para sentir o quão importante também é a vida neste país, que tem uma biodiversidade única, com diferentes biomas e com populações que hoje interagem diretamente com esses biomas e que, com seus saberes e sua noção da importância de cada interação que vemos aí, ajudam muito e são especiais na preservação da nossa biodiversidade”, comentou.

O concurso de fotos existe desde 1965 e tem como propósito despertar a curiosidade sobre o mundo natural. Após crescer em popularidade no Reino Unido nas suas primeiras décadas, nos anos 1980, foi encampado pelo Museu de História Natural de Londres, que expandiu a competição e passou a realizar mostras itinerantes mundo afora. A 60ª edição do concurso, em cartaz no Brasil, alcançou 59.228 inscrições, com representantes de 117 países, profissionais de todas as idades e níveis de experiência, e teve pela primeira vez a participação de um brasileiro na comissão julgadora, o fotógrafo Luciano Candisani. 

“Essa exposição está extremamente conectada com a missão do museu, que é uma missão de divulgação científica e de divulgar a ciência através do encantamento”, afirmou o arquiteto Ricardo Pisanelli, diretor de projetos do Museu Catavento e que também acompanhou a reitora Maysa Furlan na abertura da mostra. 

Graduado em arquitetura no câmpus de Bauru da Unesp, Pisanelli disse estar especialmente orgulhoso de receber uma mostra da Universidade que o acolheu no final dos anos 1990 e início dos anos 2000. Para ele, é como se fechasse um ciclo de boas lembranças e passagens da formação universitária. 

“Para mim, tem um interesse e uma alegria especial pelo fato de eu ser diretor do museu e ser unespiano”, confessou. “Tenho grandes amigos (da época) da Unesp. Conheci minha esposa quando ela estava na minha sala na Unesp. Hoje somos casados e temos um filho. Então, a Unesp tem um lugar muito especial no meu coração.” 

O diretor de educação do IQC, Luiz Almeida, lembrou que a exposição fotógrafica ‘Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano’ está alinhada ao tema estabelecido pelo Museu Catavento para a temporada de 2025: o “Ano da Vida”, tema que é o fio condutor de propostas que celebram a biodiversidade, a evolução e o corpo humano. “Nada mais justo do que ter uma exposição desta que, além de celebrar a vida, também está fazendo conscientização ambiental do impacto que o homem causa”, afirmou Luiz Almeida. 

Dentro da Universidade, a Assessoria de Comunicação e Imprensa (ACI) da Unesp, sob a liderança do professor Marcelo Takeshi Yamashita, foi a instância que idealizou a parceria com o Museu de História Natural de Londres.

SERVIÇO

Exposição: Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano / Wildlife Photographer of the Year
Data: até 7 de dezembro de 2025
Endereço: Museu Catavento – Av. Mercúrio, s/n. Palácio das Indústrias. Parque D. Pedro II, São Paulo
Horários de funcionamento do museu: terça-feira a domingo das 9h às 17h (bilheteria fecha às 16h)
Ingressos: R$ 18 inteira e R$ 9 meia; gratuidade às terças feiras, no primeiro domingo do mês (patrocínio Shell) e toda segunda quarta-feira do mês (patrocínio Toyota); confira a política de gratuidade do museu
Vendas online: https://megapass.com.br/eventos/visita-ao-museu-catavento

Para agendamento especial para visitas em grupos, fale com o Museu Catavento:
(11) 3246 4000 ou (11) 96392 1393 (WhatsApp), de segunda-feira a sexta-feira, das 10h às 16h
Classificação livre
Mais informações: https://www2.unesp.br/portal#!/expo-vida-selvagem

Na imagem acima: reitora Maysa Furlan vista a exposição ‘Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano’ (Crédito: Roberto Rodrigues/ACI Unesp)