Quase dois terços dos programas de pós-graduação da Unesp estão em níveis de excelência na avaliação quadrienal da Capes

Dos 128 programas de pós-graduação com sede na Unesp, ao menos 83 obtiveram conceitos de 5 a 7, de elevado padrão de excelência

Os resultados da avaliação quadrienal dos programas de pós-graduação (PPGs) do país realizada pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) tornaram-se públicos nesta semana e indicaram um aumento de 21% do número de programas de excelência internacional da Unesp, aqueles com conceitos 6 ou 7. Se forem levados em conta os PPGs com conceito 5, considerados “muito bons” e também apoiados de forma prioritária com bolsas, quase dois terços (64,8%) dos programas de pós-graduação da Universidade possuem elevado padrão de excelência.

Esta avaliação quadrienal da Capes se refere ao período 2017-2020. Os conceitos Capes vão de 1 a 7 e são a principal referência de qualidade dos cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) oferecidos no país. Dos 128 programas de pós-graduação com sede na Unesp,  ao menos 83 obtiveram notas de 5 a 7 –número que pode ser maior, se houver eventuais pedidos de reconsideração de nota aceitos; o resultado final da avaliação, após análise de recursos, será divulgado em dezembro.

“A Unesp teve um aumento significativo dos programas de excelência em todas as áreas do conhecimento. Isso é uma continuidade de políticas institucionais que trabalharam de um modo bastante intenso a qualificação da nossa pós-graduação. Embora as políticas federais tenham oscilado bastante, a política interna da Unesp, por meio do Plano de Desenvolvimento Institucional, deu estabilidade para os programas que já estavam em andamento”, afirma a professora Maria Valnice Boldrin, pró-reitora de pós-graduação da Unesp, citando o Programa de Internacionalização (PrInt) e a política de fusão dos PPGs como fatores contribuintes para a evolução expressa no resultado recém-divulgado.

“Vamos trabalhar firmemente para que a nossa pós-graduação se consolide ainda mais e atinja os patamares que temos traçado dentro de metas robustas, com políticas que contemplem docentes, discentes, infraestrutura, internacionalização e que também atenda à vulnerabilidade social”, diz.

A vice-reitora da Unesp, professora Maysa Furlan, afirmou estar muito feliz com esse importante reconhecimento, que veio não só da atuação acadêmica, mas também da luta dos coordenadores de pós-graduação pela manutenção desse mecanismo avaliativo. Os rumos dos processos de avaliação da pós-graduação brasileira têm sido uma preocupação recorrente no meio acadêmico. Nesta semana, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) divulgou uma nota de alerta contra a judicialização e a interferência injustificada nos processos de avaliação da pós-graduação. “Esse resultado chega após um dos piores momentos de instabilidade do complexo sistema de avaliação da Capes. Durante esse período, houve ações prejudiciais que visavam seu desmantelamento. Parabenizo os coordenadores, as unidades universitárias, as unidades complementares e institutos especiais e a nossa pró-reitora de pós-graduação, Maria Valnice Boldrin, e a equipe de assessores e técnico-administrativos da Pró-Reitoria de Pós-Graduação”, disse.

PPGs em ascensão

Dos 128 programas analisados, dez obtiveram conceito 7, num aumento de 66% em relação ao resultado obtido no quadriênio anterior. A pós-graduação em Medicina Veterinária, com sede na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) do câmpus de Botucatu, um dos programas que melhoraram a avaliação, mudou de patamar e atingiu o conceito máximo. A professora Renee Laufer Amorim, coordenadora do programa, diz que a reformulação das linhas de pesquisa dos projetos contribuiu para o resultado.

“Foi feita uma ampla revisão, com uma atualização inclusive da linguagem e das disciplinas vinculadas, num trabalho de autoavaliação e planejamento estratégico que teve a colaboração de integrantes do curso de administração da UFPE. Contamos também com o apoio de um avaliador externo para identificar e apontar caminhos possíveis de melhorias”, afirma a docente da FMVZ.

A coordenadora também destaca que há pelo menos dois anos são feitas reuniões anuais e individuais com os docentes do curso e com o vice-coordenador, o professor Márcio Garcia Ribeiro, para ajudar a mapear e registrar as atividades acadêmicas relevantes durante o período. “Além de ser uma forma de aproximação e valorização, também é um meio de descobrir muitas informações que geralmente não constam na Plataforma Lattes. Esse conceito 7 mostra a maturidade que atingimos com o curso, que completou 40 anos em 2021. É uma honra e um grande merecimento de um grupo de pessoas que trabalhou com muita dedicação e empenho, e agora tem uma responsabilidade ainda maior manter o nível de referência de ensino e pesquisa.”

Outro curso que alcançou padrão de excelência, numa evolução de nota 4 para 6, foi o curso de Ecologia, Evolução e Biodiversidade, com sede no Instituto de Biociências (IB) do câmpus de Rio Claro. Tadeu de Siqueira, docente e coordenador do programa durante o quadriênio analisado, afirma que um dos desafios foi o processo de fusão estratégica que resultou no formato alcançado atualmente.

“Foi uma iniciativa pioneira na Unesp, com a união entre os cursos de Ecologia e Biodiversidade e Ciências Biológicas e Zoologia. A ideia foi unir recursos, conhecimentos e experiências para impulsionar as produções e facilitar o desenvolvimento de novas iniciativas. Uma das metas da gestão foi eliminar entraves e burocracias desnecessárias, além de oferecer apoio e liberdade para docentes e discentes aprimorarem seus saberes e entregas”, explica o docente do IB de Rio Claro.

Uma das áreas ligadas ao Instituto de Biociências, câmpus de Rio Claro

Na opinião do professor, a boa avaliação foi uma consequência da qualidade do programa, seja pelas disciplinas oferecidas, bem como pelo estímulo à colaboração interna e externa. “Acredito que um bom programa é aquele que treina bem seus mestrandos e doutorandos e dá oportunidade para estudantes e professores se desenvolverem. Por exemplo, o treinamento oferecido pela pró-reitoria aos coordenadores dos cursos, com reuniões e avaliações internas, e métricas próprias que ajudam a mensurar o avanço nos trabalhos realizados.”

Atualmente a Unesp soma 139 PPGs, mas 11 deles ficam localizados em outras sedes (interinstitucionais). Veja abaixo a distribuição da avaliação quadrienal da Capes dos 128 PPGs com sede na Universidade:

Conceito CapesNúmero de PPGs da Unesp
710 programas
619 programas
554 programas
440 programas
34 programas
21 programa

Imagem de abertura: fachada da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) do câmpus de Botucatu – Eliete Soares / ACI Unesp