Festival Centenários promoverá arte e cultura além dos câmpus

Evento organizado pela Unesp vai oferecer programação diversificada em comemoração ao centenário da Semana de Arte Moderna e ao bicentenário da Independência do Brasil, ambos celebrados em 2022.

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) vai iniciar a partir deste mês de maio o “Festival Centenários”, uma extensa e diversificada programação artística e cultural em comemoração ao centenário da Semana de Arte Moderna e ao bicentenário da Independência do Brasil, ambos celebrados em 2022.

O festival tem como objetivo principal a promoção de reflexões sobre os ideais de projetos nacionais consolidados nestas efemérides marcantes para a construção do país, trazendo à tona contribuições críticas a respeito dos acontecimentos e também visões que ficaram à margem da narrativa predominante ao longo da história brasileira.

Em parceria com instituições relevantes para a cena cultural paulista, como o Memorial da América Latina, o Festival Centenários vai abrigar, ao longo dos próximos meses, na capital e em municípios do interior onde a Unesp está presente oficinas, exposições, concertos, espetáculos teatrais e lançamentos de livros, entre outros eventos.

Estão previstos, por exemplo, lançamentos da Editora Unesp relacionados a temáticas do festival, entre os quais um livro com textos inéditos de Oswald de Andrade e a tradução da obra de Theodor Koch-Grünberg que inspirou Mário de Andrade na construção de “Macunaíma”, marco do modernismo literário brasileiro. A Semana de Arte Moderna de 1922 foi um evento motivado pelo então centenário da Independência do país.

“A ideia é que a Unesp consiga dar uma contribuição de qualidade e crítica (sobre estes marcos históricos), que é o papel da universidade”, diz o professor Raul Borges Guimarães, pró-reitor de extensão universitária e cultura da Unesp. “A contribuição da Unesp será a de oferecer um olhar crítico sobre as efemérides e também fazer com que essas comemorações sejam um salto em termos de gestão cultural, fortalecendo nossas bibliotecas como equipamentos culturais importantes nas cidades onde estamos e articulando a nossa Universidade com agentes culturais muito importantes para o estado de São Paulo”, afirma.

Também estão na programação do Festival Centenários da Unesp, em parceria com a Fundação Theatro Municipal de São Paulo, o tratamento do acervo musical do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo (que reúne partituras de relevância histórica para a música erudita do país, tais como algumas composições de Carlos Gomes) e um resgate da trajetória do bibliotecário Rubens Borba de Moraes, intelectual pioneiro da biblioteconomia no país que foi diretor da biblioteca da ONU em Nova Iorque – este trabalho em parceria com a Biblioteca Municipal Mário de Andrade de São Paulo.

A exposição “Rubens Borba de Moraes e a Biblioteca no Brasil” será levada aos câmpus em uma mobilização que envolverá as bibliotecas da Universidade, equipamentos culturais que são referências para as populações das 24 cidades em que a Unesp está presente. “Uma grande nação tem que ter livros e leitores”, afirma o pró-reitor de extensão e cultura.  De acordo com a organização, todas as unidades universitárias puderam apresentar projetos para serem inseridos na programação cultural do festival. O primeiro evento será uma mesa-redonda agendada para a biblioteca do Memorial da América Latina, em 12 de maio.

O Festival Centenários tem o respaldo da Vice-Reitoria da Unesp, que dá as diretrizes que balizam a sua execução, e envolve, além da Pró-Reitoria de Extensão Universitária e Cultura (Proec), a Coordenadoria Geral de Bibliotecas (CGB), a Assessoria de Comunicação e Imprensa (ACI), a Fundação Editora Unesp (FEU) e Comitês de Ação Cultural (CACs) das unidades universitárias.

A comunidade universitária e o público em geral podem enviar sugestões e críticas sobre o festival por meio do email centenarios@unesp.br. A agenda de eventos está sendo divulgada na página www.unesp.br/centenarios.