Avalizado por nomes importantes da música popular brasileira como Paulinho Pedra Azul, Leila Pinheiro, Titane, Ceumar, Renato Motha e Sergio Santos dentre outros, Wolf foi premiado por duas vezes no projeto Rumos do Itaú Cultural e foi semifinalista do Prêmio Profissionais da Música 2021 na categoria Autor de Música e Letra. Atualmente é ocupante da cadeira Fernando Brant na Academia Sulmineira de Letras, Ciências e Música.
Desde a infância, sua inspiração é mineira. Sobretudo Sulmineira, obtida pela convivência com os compositores de sua geração, mas também trazida pelo contato com o rádio. O artista investiga ritmos brasileiros e os mistura com a modernidade para dar um tom pessoal, passando pelo carimbó, milonga, frevo, xote, maracatu, congada, ijexá, samba, bossa nova e as baladas americanas.
Wolf compõe suas canções quase que integralmente de ouvido e a maioria delas já nasce com arranjos e harmonias sofisticadas. Por isso um grande elenco de instrumentistas o busca, como Ivan Vilela, Marco Lobo, Lui Coimbra, Toninho Horta, Juarez Moreira, Toninho Ferragutti, João Paulo Amaral, Ney Conceição, Marco da Costa, César Bottinha e Emílio Martins, além de outros parceiros do interior, como o arranjador e pianista Albano Sales e o violonista Deivid Santos.
Wolf Borges gravou seu primeiro CD, o Impar, em 1997, quando lançar um disco independente ainda era um raro sinal de coragem e fé no trabalho. Em 2003 veio o segundo CD, Singular, também de composições próprias e grande resultado de vendas para um trabalho fora das grandes gravadoras.
Em 2007 veio sendo seu terceiro disco: a trilha sonora da ópera-rock 1984, uma leitura musical – composta e roteirizada por Wolf para a intérprete Jucilene Buosi tendo por base o livro de George Orwell. O musical rodou o Brasil.
Em 2009 gravou o quarto CD, Circo dos Sonhos, também autoral. O seu quinto CD, Pão de Queijo Music Project (de 2012), faz uma mistura inusitada entre a harmonia mineira com grooves e riffs norte-americanos, com mais de 30 músicos.
Após cinco CDs autorais, Wolf lançou Outra Saudade (2016), junto com a intérprete Jucilene Buosi, uma obra de caráter seresteiro que vai do samba ao tango e traz sucessos mundiais, ressaltando a versatilidade dos intérpretes.
Aí veio o sétimo CD, Qual a menor unidade do amor, batizado a partir da canção homônima composta com Tavito que participa do álbum. As canções visitam o Brasil de Norte a Sul e inauguram suas parcerias com Simone Guimarães, que assina duas faixas.
Um nome sempre recorrente em suas produções é o da cantora e atriz Jucilene Buosi, que é também sua parceira de vida. Embora tenham se encontrado através da música, seus trabalhos guardam características e rumos distintos. Jucilene foi buscar na técnica do canto lírico elementos para a sua interpretação sempre muito marcante. Do canto popular ela guarda o respeito à poesia que sempre entrega ao ouvinte de maneira clara e contundente. Wolf convidou-a para interpretar o novíssimo CD Canto para manter viva a nossa arte, que comemora os seus 40 anos de carreira, e também os parceiros Ceumar, Cláudio Nucci, Sérgio Santos e Simone Guimarães. O CD ganhou o nome da canção feita no início da pandemia de Covid-19, quando Wolf escreveu sobre coisas que precisam de cuidado, como a natureza e a arte.
Para interpretar a faixa que dá nome ao álbum, Wolf chamou 12 músicos que gravaram à distância – de forma “pandêmica”. O resultado ficou tão expressivo que deu origem ao oitavo disco. São 12 faixas, sendo 8 delas trazidas de seus CDs anteriores, como Circo dos sonhos, que recebeu um arranjo circense e orquestral, com Claudio Nucci interpretando com Jucilene. Entre as 4 canções inéditas está O ovo do novo, samba-choro que inaugura a parceria de Wolf e Ceumar. Os arranjos de Albano Sales (que também executa o piano) são ao mesmo tempo complexos e cobertos de lirismo. E para interpretá-los Wolf convocou Toninho Ferragutti (acordeom), Marco Lobo (percussões), Ney Conceição (baixo) e um naipe de cordas integrado por Lara Ziggiatti, Silas Simões e Juliano Buosi. A engenharia de som, além de violões e guitarras, são do sulmineiro Deivid Santos. O disco é viabilizado pela Lei Aldir Blanc/MG.
Outra vertente de sua atuação – a produção – diz respeito a projetos culturais como o Composição Ferroviária, que faz a ocupação de Estações Ferroviárias com shows de grandes nomes da música brasileira, abrindo ainda espaço para talentos do interior. Em 8 anos e 37 edições, o projeto ocupou Poços de Caldas, São Lourenço e Itaúna com shows de Leila Pinheiro, Fátima Guedes, Kleiton e Kledir, Leny Andrade, Simone Guimarães, Renato Braz, Mônica Salmaso e Vanessa Moreno, entre tantos. Turnês, DVDs e edição de livros também fazem parte de sua trajetória, bem como a produção do primeiro documentário de longa-metragem sobre a música do Sul de Minas, o Falsete. E outros tantos projetos aguardam na gaveta uma oportunidade de ampliar horizontes escondidos no nosso interior. Durante quatro décadas, Wolf segue como a voz da cultura no Sul de Minas Gerais.
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