Os recentes episódios climáticos que estamos acompanhando em diferentes pontos do planeta têm reascendido os sinais de alerta sobre os impactos das mudanças climáticas. Uma forte onda de calor no Canadá causou centenas de mortes quando termômetros chegaram a registrar a marca recorde de 49,5ºC. Na Europa, um enorme volume de chuvas fortes já deixou 196 mortos na Alemanha e Bélgica, pessoas desaparecidas e um rastro de destruição e desabrigados, conforme a atualização dos dados no início desta semana.
Já aqui no país, estamos vivenciando temperaturas baixíssimas neste atual inverno. Há duas semanas, um ciclone incomum, que surgiu no oceano, na região do Uruguai, subiu para o Sul do Brasil, derrubou as temperaturas e gerou uma friagem que chegou à Amazônia. O fenômeno fez a Marinha do Brasileira emitir um alerta.
Para se ter uma ideia, no final de junho, pela primeira vez desde o ano 2000, o Estado de Santa Catarina registrou três dias seguidos de neve, com a cidade de Bom Jardim da Serra atingindo a marca negativa de -7,5ºC. Já na cidade de São Paulo, a atual onda de frio matou ao menos 12 pessoas moradoras de rua.
Rodrigo Lilla Manzione, professor e especialista em recursos hídricos e águas subterrâneas da Unesp em Tupã, alerta que as ondas de calor e os excessos de chuvas em diferentes continentes realçam o alerta sobre as previsões do aquecimento global.
Manzione relembra a nuvem de gafanhotos que passou pelo Brasil ano passado, e que também é um reflexo das mudanças climáticas.
O professor relata as dificuldades de prever a força dos impactos do clima, e diz que os governos, empresas e cidades simplesmente não estão preparados para enfrentar fenômenos extremos, que estão se tornando mais comuns.
Manzione destaca que a Alemanha pode ser fundamental para que possamos ter políticas efetivas globais para conter os impactos climáticos.
Ouça a entrevista completa no Podcast Unesp.
Imagem acima: Jair Ferreira Belafacce