Em discurso na Câmara dos Deputados, reitora afirma que sustentabilidade é um dos pilares da Unesp

Maysa Furlan participou da Comissão Geral que debateu os principais temas da COP30, que acontece em novembro, em Belém, no estado do Pará. Durante sua fala, mandatária defendeu o papel da ciência e da universidade no enfrentamento às mudanças climáticas

Em preparação para a 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro de 2025, a Câmara dos Deputados realizou uma Comissão Geral nesta quarta-feira, 16, com representantes de instituições ligadas ao meio ambiente e ao poder público para debater as principais pautas previstas para o evento. A reitora da Unesp, Maysa Furlan, foi uma das oradoras da comissão e destacou, em sua fala, o papel da Universidade no enfrentamento aos desafios climáticos. 

Entre os principais temas discutidos pela comissão estão a valorização das fontes renováveis de energia, o alerta para a emissão de poluentes – como os gases do efeito estufa –, a preocupação com o desmatamento e o pedido por estratégias e métodos de preservação da biodiversidade brasileira. “Em novembro, o Brasil será vitrine para o mundo inteiro na COP 30, mas o que nós vamos mostrar ao mundo? O Brasil da devastação ou o Brasil da justiça climática?”, destacou a deputada Talíria Petrone, organizadora do debate. 

Nesse sentido, como ressaltou Furlan, a Unesp tem contribuições em todos os temas, já que é responsável por 8% da produção científica brasileira, com destaque para as áreas de ciências ambientais. A reitora defende que a produção de conhecimento científico qualificado pode ter grande impacto tanto na preservação dos biomas brasileiros quanto na formulação de estratégias para reduzir as emissões de gás carbônico e minimizar os efeitos avassaladores dos eventos climáticos extremos. 

A Unesp foi a primeira universidade brasileira a institucionalizar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, como norteador nas esferas acadêmica, científica e de gestão, o que faz da sustentabilidade um dos pilares da instituição. Em todos os câmpus há diversas iniciativas que fomentam a conscientização ambiental e trabalham ativamente em defesa do meio ambiente. A reitora exemplifica essas ações ao citar que “a universidade está trabalhando para a descarbonização e para alcançar a meta internacional Net Zero antes de 2050”, iniciativa que se refere ao compromisso de zerar o balanço das emissões de carbono. 

Por fim, Furlan reforçou o papel transformador que a ciência interdisciplinar pode ter no enfrentamento das questões ambientais, consideradas urgentes. “Para a UNESP, fazer ciência com foco nas questões ambientais em um país tão desigual emancipa, rompe ciclos de exclusão e traz desenvolvimento sustentável tão necessário ao nosso país e ao mundo”, afirma. 

Além da reitora, participaram do evento representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), do Instituto Nacional de Eficiência Energética (Inee), da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal/ONU) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A COP30 acontecerá em Belém, no estado do Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro. Segundo estimativas da Fundação Getúlio Vargas, o evento deve reunir cerca de 7 mil participantes ligados à ONU e às delegações de países membros. Ana Amélia Campos Toni, diretora executiva da COP30 no Brasil, afirmou durante a comissão geral da Câmara que a conferência será altamente participativa e inclusiva, característica essencial para a formulação de soluções climáticas e o fortalecimento da democracia.

Confira o discurso da reitora da Unesp, Maysa Furlan, na íntegra:

Na imagem acima: Reitora da Unesp, Maysa Furlan, discursa em sessão na Câmara dos Deputados (Crédito: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)